quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Enterprise 2.0: o que há de diferente agora?

Enterprise 2.0: o que há de diferente agora?


Durante evento no Rio de Janeiro, Andrew McAfee destaca o fenômeno da ‘Techonomia’ como a vertente para as rupturas da web e fala sobre a eficiência da colaboração
“Quantos de vocês já ouviram falar em web 2.0 e Wikipedia? E quantos utilizam com freqüência estes recursos?” Com tais questionamentos, Andrew McAfee, diretor científico de pesquisa da Sloan School of Management, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), e diretor do Center for Digital Business dessa escola, deu início a sua palestra sobre estratégia de redes sociais realizada no Rio de Janeiro, em 4 de outubro. O ex-professor do MIT abordou quatro grandes questões envolvendo as novas tecnologias sociais: o que há de diferente agora, interagindo, vencendo e perdendo no novo cenário, inovação social e inovação aberta, e a liderança na era das redes sociais.
“Quero falar sobre o que está mudando neste universo 2.0, mas isso não significa que toda a experiência que temos não será mais util. Garanto que o conhecimento que temos se aplica perfeitamente a este mundo novo. O que está acontecendo é uma transição que diz respeito a tecnologia e como a economia tem funcionado neste contexto, que chamo de ‘Techonomia’. Nós somos ‘tecnologistas’ e temos que aproveitar o que este momento tem para nos oferecer”, afirma.
Citando o exemplo de empresas como o Google, que teve um salto de crescimento de 24% no faturamento no segundo trimestre de 2010, Andrew destaca a força deste modelo de serviço gratuito com alta lucratividade de retorno. “As empresas estão vendo como os custos mudaram. Precisamos dar para as pessoas o que elas querem, e de graça. A web 2.0 é feita de plataformas para as pessoas se expressarem e não mais uma via de mão única, como acontecia naquela plataforma 1.0”, enfatiza.
Antes da explosão da quantidade de conteúdo online, a web passou por uma fase de ruptura, de transição da Web 1.0 para a 2.0 - a internet das plataformas fáceis e gratuitas. MacAfee questiona a plateia novamente: “quem aqui já ouviu falar da Nupedia?” E relembra: “A Nupedia, antecessora da Wikipedia, começou em 2000 com uma proposta inovadora de seus fundadores - Jimmy Wales e Larry Sanger, mas a forma de fazer era antiquada. Alguns pontos mostram como a Nupedia funcionava e nos faz pensar a razão de não ter dado certo.”
“E por que o modelo 1 da Wikipedia não deu certo?”, questiona McAfee. Justamente porque foi feita da maneira errada, com muitas regras que dificultavam o compartilhamento das informações. “O investimento na Nupedia foi de aproximadamente US$ 250 mil dólares e depois de 18 meses, apenas 12 vezes as pessoas dedicaram tempo para ajudar o processo. Em janeiro de 2000, os fundadores ouviram falar na tecnologia wiki e adotaram uma filosofia diferente. Eu sempre digo que se você quiser um resultado bom, controle o processo. Isso significa sair da linha de frente e ver como as pessoas interagem. Não defina tudo perfeitamente”, alerta.
A Wikipedia só passou a ter sucesso pela ausência de regras e por sua estrutura de fácil acesso. Os próprios princípios de colaboração refletem a filosofia da plataforma que orienta os usuários a serem ousados sem se preocupar em cometer erros. Como resultado, hoje existe cerca de 3,4 milhões de artigos postados. “A lição é acabar com a obsessão de definir regras. Com isso vamos receber muito conteúdo, mas também receberemos muito lixo. Afinal, existe uma citação que diz: a internet é uma biblioteca onde os livros estão todos no chão. E de fato estão. Só precisamos encontrar os melhores livros”.
Katia Cecotosti, editora do portal HSM Online
04/10/2010

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