sábado, 2 de junho de 2012

O que é BAWB Global Forum



A gestão inovadora como resposta ao desafios da sustentabilidade
O BAWB-Global Forum America Latina (BAWB-GFAL) é uma iniciativa internacional cujo principal objetivo é repensar o papel da sociedade, das empresas, da academia e do poder público enquanto atores fundamentais para o bem-estar e o desenvolvimento sustentável das comunidades em que se inserem. Para tanto, promove espaços de dialogo sobre estratégias sustentáveis em diferentes âmbitos, procura identificar ações inovadoras, que contribuam para a preservação da vida humana em nosso planeta. A conferência será realizada de forma digital e dará continuidade a interação e diálogo sobre aspectos relevantes de gestão para o mundo empresarial, acadêmico e para a sociedade como um todo, repensando o papel dos negócios enquanto protagonistas fundamentais para o bem estar e o desenvolvimento sustentável, trazendo alternativas para a realidade que se nos apresenta através de práticas bem sucedidas. Com esse foco, e fazendo relação com a Educação na Sustentabilidade, Sociedade Inovadora e Design-Thinking, a pergunta que conduz o BAWB GFAL 2011 coloca em questão os modelos vigentes de gestão tendo em vista os imperativos do desenvolvimento sustentável.

Nascimento do BAWB-GFAL

No ano 2000, o então Secretário Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, convocou  empresários de todo o mundo para formular o Plano de Desenvolvimento do Pacto Global, se criava assim o BAWB.
No ano de 2006, dando sequência  a convocação de Kofi Annan a CWRU-Case Western Reserve University, em Clevland em parceria com Academy of Management organizam o primeiro BAWB-Global Forum, convocando além dos empresários como também acadêmicos de diversas partes do mundo para repensarem as estratégias de educação executiva e a revisar o sistema de educação superior de gestão de negócios.  
Como um desdobramento da iniciativa de 2006 em Cleveland ocorre a regionalização em América Latina. A FIEP- Federação de Indústrias do Paraná, o SESI- Serviço Social da Indústria,  por meio de sua universidade corporativa a UNINDUS- Universidade da Indústria, assume a responsabilidade para realização dos eventos regionais.
Em 2008, se realiza o I BAWB-GFAL, em Curitiba, em parceria com a CWRU e o CES- Centro de Estudos em Sustentabilidade da EAESP- Escola de Adminstração de Empresas de São Paulo e FGV- Fundação Getulio Vargas.

Objetivos
O propósito da chamada para a ação do BAWB-Global Forum é elaborar ações inovadoras em prol de uma Sociedade Sustentável na America Latina.
Por meio do pensamento cooperativo e ações compartilhadas entre os diferentes setores sociais, o BAWB-GFAL tem como principais objetivos:
  • Contribuir para o fortalecimento das relações entre o mundo empresarial e acadêmico, de modo a torná-los parceiros permanentes na produção, utilização e divulgação do conhecimento.
  • Compartilhar conhecimentos empresariais e os mais recentes estudos científicos sobre o desenvolvimento sustentável e inovação, bem como as decorrentes exigências de educação frente às mudanças e ao desenvolvimento.
  • Identificar as boas práticas empresariais, gerando propostas para a inovação e mudanças na educação.  

A metodologia do BAWB-GFAL

A Investigação Apreciativa (IA) é a metodologia aplicada nos encontros de conversação do BAWB-Global Forum America Latina. Esse método foi escolhido pois utiliza uma abordagem construtiva para a mudança e o desenvolvimento organizacional, se apresentando como uma forma de tornar a organização melhor com base no que ela já tem de bom. Ou seja, a partir do que queremos conservar é que conseguiremos chegar a ser o que queremos para o futuro.

A IA foi criada nos Estados Unidos pelos professores David Cooperrider e Ronald Fry, da Case Western Reserve. É utilizada nos encontros de conversação do Global Forum, orientando os grupos na organização de seus processos criativos e no planejamento de suas ações transformadoras da sociedade.
Muitas organizações se consideram um problema a ser resolvido. As pessoas fazem reuniões para elaborar uma lista dos problemas e a partir daí procuram as causas desses problemas para elaborar soluções. Na Investigação Apreciativa o foco não é o problema, mas a construção de um futuro desejado com base nas forças existentes. A organização deixa se ser percebida como um problema a ser resolvido e passa a ser a própria solução, como um mistério a ser desvendado.
A aplicação do processo acontece em 4 fases:

DESCOBERTA: fase em que a organização aprecia o que tem de melhor. Exemplos: liderança, relacionamentos, tecnologia, métodos de planejamento, etc. Nesta fase, as pessoas compartilham histórias de sucesso, percebendo a história organizacional como uma possibilidade positiva.
SONHO: envolve desafiar o status quo, criando visão dos resultados que o mundo está querendo. 
PLANEJAMENTO: a criação da arquitetura social e tecnológica da organização. Tanto a fase de sonho quanto a de planejamento envolvem a construção coletiva de imagens positivas de futuro. Um aspecto que diferencia a Investigação Apreciativa das outras metodologias de planejamento é que as imagens de futuro emergem de exemplos positivos ocorridos no passado. Essas imagens se tornam possíveis porque estão baseadas em momentos extraordinários da vida organizacional.
DESTINO: nela, as imagens positivas de futuro são sustentadas. É um tempo de aprendizado contínuo, ajustamento e improvisação - tudo a serviço dos ideais compartilhados. É o momento de construir o "olhar apreciativo" na organização em todos os seus sistemas, procedimentos e métodos de trabalho.
A IA, criada nos Estados Unidos pelo Dr. David Cooperrider, é baseada em cinco princípios.   
  • Princípio Construtivista
As organizações são percebidas como construções humanas. Construímos nossas realidades baseadas na nossa experiência prévia, e portanto, nosso conhecimento e o destino da organização estão interligados.
  •  Princípio da Simultaneidade
A pergunta e a mudança acontecem simultaneamente. Quando se faz uma pergunta a alguém, a pessoa que recebe a pergunta sofre uma alteração de comportamento. A pergunta apreciativa favorece a auto-estima de outra pessoa. As perguntas que fazemos são parte do processo de mudança.
  •  Princípio Poético
Assim como uma obra de arte pode ter inúmeras interpretações, as organizações humanas podem ser vistas como livros abertos em que as pessoas são co-autoras. Passados, presentes e futuros podem ter inúmeras interpretações e podemos encontrar o que desejamos nas organizações.
  •  Princípio da Antecipação
As organizações, assim como as pessoas, caminham para onde se questionam (sonhos-imagens). O mais importante recurso que se tem para construir a mudança organizacional é a imaginação coletiva e o discurso a respeito do futuro. Um dos teoremas básicos da visão antecipada da vida organizacional é que esta imagem de futuro é o que de fato guia o comportamento de cada organismo ou organização.
  • Princípio Positivo
A abordagem positiva tem o poder de agregar, de realimentar. Quanto mais positivas são as questões a serem feitas, mais efetivo é o esforço de mudança. A abordagem positiva tem o poder de agregar, de realimentar. Quanto mais positivas são as questões a serem feitas, mais efetivo é o esforço de mudança.

Época de transformação social

Vivemos em uma época de transformação, por um lado temos uma tecnologia que não mais corresponde aos padrões de uma economia e estilo de vida sustentável. Assim também os modelos de negócio em uso encontram crescente dificuldade para serem aceitos como legítimos perante uma sociedade mais crítica e mais atenta, interconectada na ação pelas redes sociais e comunidades virtuais.
Por outro, começam a aflorar estilos de vida mais conscientes do custo ambiental e social destes modelos e demandam por produtos e serviços que se valem de tecnologias limpas e mais eficientes. Empresas atentas a estas tendências procuram inovar e transformar seus modelos de negócio para garantir eficiência ao mesmo tempo em que constroem uma marca responsável, gerando novos valores a seus negócios. A transparência em relação às atividades organizacionais passa a ser vista como do interesse de diferentes públicos, incluindo o mercado, trabalhadores, organizações não-governamentais, investidores e pesquisadores. Cresce a consciência de que o desenvolvimento dos negócios não pode estar desconectado do desenvolvimento social e econômico dos países.
O que se busca é chegar a um desenvolvimento sustentável. O maior desafio é a exigência de escolhas inovadoras e novas formas de pensar. Novos conhecimentos e inovações em tecnologia, em gestão e em políticas públicas cada vez mais desafiam as organizações a fazer novas escolhas em relação ao impacto de suas operações, produtos, serviços e atividades sobre as economias, as pessoas e o planeta. A sustentabilidade passa a se constituir em requisito padrão e é incorporada na estratégia das organizações. Neste sentido, o próprio papel das empresas como organizações exclusivamente econômicas é colocado em debate, destacando seu potencial como forças capazes de gerar soluções positivas para os desafios sociais. 
Este contexto traz fenômenos que não encontram abrigo adequado nos modelos de gestão e na forma como se organizam os negócios. Novas competências são necessárias para lidar com a complexidade, a conectividade e a constante mudança dos valores, preferências e artefatos humanos. Desta forma, esta discussão se estende ao tipo e forma de educação a ser concebida e adotada pelas novas gerações, em especial nas escolas de negócios.
A educação com foco em um modelo predominantemente analítico exclui dimensões naturais e essenciais na criação humana que se mostram vitais para o entendimento dos requisitos da sustentabilidade e para o desenho de novas soluções. A reintrodução da intuição e da emoção como dimensões necessárias e intrínsecas à formação integral humana estão no cerne deste questionamento. A premência por inovação não só nos produtos e serviços consumidos, mas no próprio estilo de vida e na ocupação espacial e a infra-estrutura requerida e, portanto, na forma como a sociedade e o estado se organizam, pede por um exame dos valores e da cultura que, ao mesmo tempo em que é geradora, também é depositária. Os fatores e processos sociais que fazem uma sociedade ser inovadora assim como geram as condições para a sua sustentabilidade devem ser re-examinados para informar a discussão em torno da educação e dos modelos de gestão.   
Este conjunto de questões não poderá ser atendido por setores isolados ou de forma independente. A própria noção de organização em rede, das redes sociais e formas abertas de organização e inovação, pedem por modelos mais eficazes de cooperação e colaboração. A necessidade de disseminação rápida e massiva de inovações e de busca de soluções impede a visão intramuros na criação e na implementação. A co-criação e a co-inovação em todas as esferas e instancias da ação humana pedem por formas inovadoras também no modo como a cooperação interinstitucional ou inter-atores pode se dar.  
A atividade que promove o nexo entre estes temas é identificado como gestão e os processos que o descrevem. É a gestão que constitui o processo que promove as escolhas, a aquisição e alocação e otimização de recursos, inclusos aí o esforço humano e os recursos físicos, priorizando valores e estabelecendo padrões para ação. Tendo esgotado os modelos ditos mecanicistas e burocráticos, o modelo de gestão ainda prevalente  mostra-se inadequado para coordenar os valores, a cultura e expectativas de um mundo novo que está se instalando  de modo inequívoco e sorrateiro.  Os temas a serem tratados neste encontro assinalam a forma e o potencial para contribuir na solução das questões sociais, econômicas e ambientais de forma inovadora a partir do movimento de uma gestão integrativa.
 O que se espera ao promover a confluência dos temas propostos nesta conferencia é o entendimento do seu significado e papel na evolução da gestão, rumo a um modelo mais integrativo e "responsivo" aos imperativos desta nova era que  emerge.   Neste sentido, o BAWB- Global Forum Latina America 2011 tem como proposta colocar estes e outros temas correlatos em destaque, reunindo instituições públicas, acadêmicas, empresas, pesquisadores, cientistas, atores civis e profissionais liberais para conhecer e compartilhar experiências, formas de fazer e casos práticos que ilustrem e inspirem para a inovação e a ação nos diferentes âmbitos em que atuam.
Marcos Mueller SchlemmCoordenador Geral do BAWB Global Forum America Latina




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