Hora de rir um pouco da literatura.
Sim, é verdade. Quem disse que literatura é uma coisa séria, no sentido humorístico da palavra?
Encontrei uma lista de resumos dos maiores clássicos da literatura. Só que quando falo emresumos, estou falando de resumos mesmo.
Leon Tolstoi: Guerra e Paz (em torno de 300 pág.)
Um rapaz não quer ir à guerra por estar apaixonado e por isso Napoleão invade Moscou. A mocinha casa-se com outro. Fim.
Marcel Proust: À La recherche du temps perdu (Em Busca do Tempo Perdido) (1600 pág.)
Um rapaz asmático sofre de insônia porque a mãe não lhe dá um beijinho de boa-noite.
No dia seguinte (pág. 486. vol. I), come um bolo e escreve um livro. Nessa noite (pág. 1344, vol.VI) tem um ataque de asma porque a namorada (ou namorado?) se recusa a dar-lhe uns beijinhos. Tudo termina num baile (vol. VII) onde estão todos muito velhinhos — e pronto. Fim.
Luís de Camões: Os Lusíadas (550 pág.)
Um poeta com insônia decide encher o saco do rei e contar-lhe uma história de marinheiros que, depois de alguns problemas (logo resolvidos por uma deusa super-gente-fina), ganham a maior boa vida numa ilha cheia de mulheres gostosas. Fim.
Gustave Flaubert: Madame Bovary (778 pág.)
Uma dona de casa insatisfeita mete o chifre no marido e transa com o padeiro, o leiteiro, o carteiro, o homem do boteco, o dono da mercearia e um vizinho cheio da grana. Depois entra em depressão, envenena-se e morre. Fim.
William Shakespeare: Romeu e Julieta (685 pág.)
Dois adolescentes doidinhos se apaixonam, mas as famílias proíbem o namoro, as duas turmas saem na porrada, uma briga danada, muita gente se machuca. Então um padre tem uma idéia idiota e os dois morrem depois de beber veneno, pensando que era sonífero.Fim
William Shakespeare: Hamlet (950 pág.)
Um príncipe com insônia passeia pelas muralhas do castelo, quando o fantasma do pai lhe diz que foi morto pelo tio que dorme com a mãe, cujo homem de confiança é o pai da namorada, que entretanto se suicida ao saber que o príncipe matou o seu pai para se vingar do tio que tinha matado o pai do seu namorado e dormia com a mãe. O príncipe mata o tio que dorme com a mãe, depois de falar com uma caveira e morre assassinado pelo irmão da namorada, a mesma que era doida e que tinha se suicidado. Fim.
Sófocles: Édipo Rei (105 pág.)
Maluco tira uma onda, não ouve o que um ceguinho lhe diz e acaba matando o pai, comendo a mãe e furando os olhos. Por conta disso, séculos depois, surge a psicanálise que, enquanto mostra que você vai pelo mesmo caminho, lhe arranca os olhos da cara em cada consulta. Fim.
William Shakespeare: Othelo (750 pág.)
Um rei otário, tremendo zé-ruela, tem um amigo muito fdp que só pensa em fazê-lo de bobo. O tal “amigo” não ganha um cargo no governo e resolve se vingar do rei, convencendo-o de que a rainha está dando pra outro. O zé-mané acredita e mata a rainha. Depois descobre que não era corno, mas apenas muito burro por ter acreditado no traíra. Prende o cara e fica chorando sozinho. Fim.
Gente, não me levem a sério. Não me venham dizendo “Nossa, ele é um herege! Livros assim não devem ser objeto de blasfêmia! Queimem-no na fogueira!”.
Todos sabem que eu amo a literatura. Mas vamos rir um pouco dela, tá bom?
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