quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Mídias Sociais – Tá falando comigo?

Tcham! Lá vou eu falar de Mídias Sociais. Assunto meio “perigoso” já que surgiram tantos experts no assunto em tão pouco tempo. Fiquei preocupado. Aí pensei em abrir as dezenas de sites que existem sobre o assunto. Aí desisti. Aí sai na rua e perguntei para o padeiro, para o taxista, para a tia que vende coxinha, para minha mãe e para empregada. E voltei para escrever este texto.
Minha pequena (mas importante) pesquisa revelou que tudo que é definido é limitado. Explico: a tia da coxinha tem um computador em casa que não sabe usar (é da filha) mas todo dia cria e troca um conteúdo gerado por ela mesma: coxinhas recheadas com diferentes complementos. Troca pelo quê? Por dinheiro. Seria isso o mesmo que User Generated Content (UGC), ou seja, Conteúdo Gerado pelo Utilizador? Ela não sabe e continua vendendo suas coxinhas do mesmo jeito.
Expliquei para a empregada o que era Web 2.0. Eu não disse que “Web 2.0 é um termo criado em 2004 por uma empresa para designar uma segunda geração de comunidades e serviços, tendo como conceito a “web como plataforma”, envolvendo wikis, aplicativos baseados em folksonomia, redes sociais e Tecnologia da Informação“. Disse que era um lugar para conhecer pessoas e trocar idéias, um lugar para se divertir. Aí ela entendeu. O salão de forró que ela frequenta nos fins de semana faz a mesma coisa.
Os demais exemplos seguem a mesma linha.
A “revolução” das Mídias Sociais parece tão inovadora quanto a invenção do telefone pelo italiano Antonio Meucci por volta de 1860. E realmente é porque blá, blá e blá mas não se trata de uma revolução. É apenas a evolução de dois sistemas que se encontraram: a mídia e a sociedade. Então porque as empresas continuam como aquele urso do desenho animado que corre com o corpo para um lado e a cabeça para o outro?
Ok, Fique comigo e não faça essa cara zangadinho(a) porque acabou de contratar um “especialista em Mídias Sociais”. O buraco é mais embaixo. Levou um bom tempo para sociedade aprender como usar o telefone e mais ainda para se acostumar com ele como uma solução de comunicação. Precisamos do especialista como UGCs? Não. E como empresas? Sim, mas com reservas.
Enquanto as empresas continuarem seguindo apenas os modismos da tecnologia sem aprimorar o seu próprio conteúdo, teremos o que se viu no flash mob de uma famosa marca de chocolate: um fiasco. Parece que tanto empresas quanto agências se esquecem que mídia significa “aquele que está no meio”. Para uma empresa o “aquele” deveria ser o cliente e não a ferramenta.
Para mídias sociais como o Twitter e o Facebook, o cliente chama-se mundo. E no mundo existem gregos, troianos e corintianos. Nem o melhor especialista em mídias sociais conseguiria agradar essa gente toda. Então pare de colocar a sua empresa em cada nova mídia social que aparece. Não vai dar certo. Invista nas pessoas.
Contrate mais pessoas de diferentes idades e segmentos que representem o seu consumidor. Converse com elas ao vivo, off line, olho no olho. Na agência, convide o Mídia para assistir palestras de gente legal como a do Augusto de Franco no TEDx São Paulo. Aproveita e leva a Pesquisa e o Planejamento também. Pessoas sempre serão as melhores ferramentas de comunicação.
Ou escolha achatar a sua mensagem no melhor estilo arrastão, não trabalhar com uma boa agência de propaganda que tenha um planejamento eficente (leia-se logística e pesquisa) e dê para o seu cliente papel picado quando ele espera chocolate. Para empresas assim, que continuam achando que só a ferramenta é suficiente, fiquem fora das mídias sociais: lá, ninguém quer falar com vocês.
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Marcos Mídias Sociais   Tá falando comigo? Marcos Oliveira, 40, é redator publicitário e casado com a Arte (porque amante já tem muito). Não acredita em corretor ortográfico e detesta acordar cedo para descobrir depois que a reunião de briefing foi cancelada. Seu blog de variedades possui apenas um seguidor: ele mesmo e suas duplas personalidades. Escreve para a Casa do galo quinzenalmente, às quartas-feiras.

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